No inicio do segundo semestre de 2011 as dores lombares iniciaram, e fui diagnosticada com hérnia de disco na lombar L5/S1 e mais duas sendo formadas.

Fiz aplicação de corticoide na área afetada. Não adiantou. Fui acompanhada por vários e excelentes profissionais, e tendo um estilo conservador, optei por tratamentos manuais e repouso.

Em janeiro de 2012 iniciei o pilates. E a primeira crise passou. Até o inicio de 2018 tive altos e baixos, com dores e desconfortos. Mas nada que fosse preocupante. O Pilates e analgésico resolviam. Mas no inicio do primeiro semestre de 2018 tive uma nova crise de hérnia de disco, e as dores foram aumentando tanto que nem analgésico nem outro tipo de medicação resolviam. Nesse período já não conseguia mais trabalhar, não tinha mais vida social. Pois eu não conseguia mais andar, tudo que eu fazia causava dor excruciante. Ficava em casa na cama, pois nem no sofá conseguia mais sentar.  Andar de carro era insuportável. A hérnia voltara a comprimir o nervo, e então, devido a vários fatores, a cirurgia foi cogitada por alguns profissionais, e sendo marcada por um deles. E outros preferiram esperar, pois me conheciam e sabiam que sou conservadora. Então começamos com fisioterapia, repouso, hidroginástica. Mas nada resolvia e a melhora não vinha. Nesse ponto minha saúde mental já estava fragilizada – arrisco a dizer que ela já estava igual ou pior que a saúde da coluna. Eu estava cansada das dores, de ter que ficar apenas em casa, não conseguir trabalhar ou divertir. Fazer coisas simples já era demais para mim. Entrar no carro era algo que exigia demais, caminhar do quarto para a sala era como se tivesse que correr a maratona. Neste momento nem o Pilates eu fazia.

Mas em agosto de 2012 a Camyla Pedrosa me indicou a Natália Secchi e disse que ela nela eu podia confiar, era a melhor. No dia seguinte fiz a minha primeira aula com a Nat. Ela então já me disse que eu ficaria bem, que eu só precisava ter um pouquinho de paciência.

As primeiras aulas foram terríveis, eu chorava de dor. A Nat me dizia que a dor é como uma caixinha de marimbondo, que para a dor ir embora e preciso mexer. Eu chegava em casa chorando, e pensava essa Natália deve ser doida. Mas vou continuar e ver onde isso vai dar.

Nesse período associamos o Pilates com a fisioterapia. E já na segunda semana eu comecei a perceber que a teoria da caixinha de marimbondo podia fazer sentido. Porque já começava a perceber melhoras. E aos poucos foi melhorando. Já conseguia andar, me locomover com menor dificuldade e dormir melhor. E ela não era apenas a instrutora de Pilates ou fisioterapeuta, era também a “psicóloga”, pois eu cheguei com o meu psicológico bem fragilizado. E ela com aquele jeitinho único ia conversando, me acalmando e quando percebi ela foi tratando o todo. E em outubro eu já estava bem melhor, e conseguindo voltar para a minha rotina.

Depois de alguns meses eu já havia retornado à minha rotina normal. Os primeiros meses cheguei a fazer 3 a 4 aulas de Pilates na semana, pois era a única coisa que trazia alivio. E como sou grata pela paciência, carinho e até as broncas da Natália! Pois se não fosse toda a sua dedicação e expertise não sei o que teria acontecido. Desde então não voltei a ter crises, a hérnia está bem. Hoje tenho uma consciência corporal que me permite fazer tudo, mas respeitando meu corpo, ouvindo o que ele me diz. E tenho o acompanhamento da Natália que sempre me auxilia, me encoraja e diz que eu não sou a hérnia. E que ela não me define.